5 de nov. de 2012

NIETZSCHE - De Onde Provém a Vaidade



por Pedro Luso de Carvalho


Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, Alemanha, a 15 de outubro de de 1844; morreu 25 de agosto de 1900. Deixou de realizar o seu desejo de casar-se com Lou Andreas Salomé devido a sífilis, doença que o acometeu em 1866, que o levou a viver isolado em sua casa, contando apenas com sua mãe e irmão, entregue ao sofrimento; em consequência das crises de loucura que se iniciou em 1889, seus últimos anos de vida foi de reclusão.

Suas principais obras: A gaia ciência (1882); A genealogia da moral (1887); Além do bem e do mal (1886); A origem da tragédia (1872); Assim falava Zaratustra (1883); Aurora (1881); Ecce Homo (1888); Humano, demasiado humano (1878); O anticristo (1888); O caso Wagner (1888); Crepúsculo dos ídolos (1888); Opiniões e sentenças misturadas (1879); O viajante e sua sombra (1879); Vontade de potência (1901).

Segue o texto de Nietzsche intitulado De onde provém a vaidade (In Nietzsche, Friedrich Wilhelm. Além do Bem e do Mal. Tradução de Antonio Carlos Braga; 2ª ed. São Paulo, Editora Escala, 2007, nº 222, p. 141-142):



DE ONDE PROVÉM A VAIDADE
       (Nietzsche)



Em toda a parte onde se prega hoje a piedade – não sei se hoje se prega também outra religião – o psicólogo deve abrir as orelhas. Por meio de todas as vaidades, de todo o alarido próprio desses pregadores (como todos os pregadores), ouvirá uma voz rouquenha, ofegante, a verdadeira voz do desprezo de si mesmo. A vaidade provém, se não for ela própria a causa, desse obnubilamento, desse embrutecimento da Europa que, há um século, só faz crescer (e cujos primeiros sintomas são assinalados numa carta muito profunda de Galiani à senhora Epinay). O homem de “ideias modernas”, esse macaco orgulhoso está excessivamente descontente consigo mesmo: isso é certo. Padece e sua vaidade permite somente que “com-padeça”.




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